Trabalhe remotamente e ganhe em dólar com Programação – pt 1
“Nunca é tarde para tentar o desconhecido, nunca é tarde para ir mais além”
Gabriele D’ Annunzio
Motivação inicial
‘Até onde quero chegar?’ Esta é uma pergunta que nos fazemos todos os dias. Não necessariamente o ponto de partida e o local de chegada são locais físicos, afinal para os desenvolvedores o mundo não é um local estático e independente de onde estejamos podemos reprogramar o código do nosso sucesso. Para alcançar esse sucesso, uma estratégia de ultrapassar fronteiras ‘virtuais’ vem sendo incorporada na vida de muitos programadores e profissionais de TI. Em 2020, o trabalho remoto cresceu exponencialmente, diferente dos anos anteriores, onde havia apenas um pequeno crescimento destas posições remotas. A tendência é que este número aumente ainda mais, apesar de muitas empresas ainda exigirem o trabalho presencial, segundo análise desenvolvida por Rinzewind [Fig. 1].
Fig 1. Porcentagem de posições remotas para desenvolvedores nos últimos anos
O trabalho remoto trouxe uma série de benefícios na vida do desenvolvedor, o qual passou a estruturar melhor sua rotina e suas finanças, organizar seu tempo de acordo com as demandas da empresa e até planejar seu crescimento profissional. Por exemplo, organizo meu dia da seguinte forma:
- Tempo para reuniões de trabalho (em média 1h a 1h30 por dia)
- Tempo para se atualizar com as principais demandas do mercado através de consultorias, cursos e leituras em geral (em média 1h por dia)
- Tempo para concretizar a realização dos projetos, pessoais e/ou vinculados a uma empresa (em média 5 horas por dia)
- Tempo para planejar seu futuro profissional, alinhado com seus sonhos de vida, seja a escrita de artigos, um pet project ou o desenvolvimento de uma empresa de TI (no mínimo 1 hora por dia)
Comparação salarial entre países
O Brasil não é um dos países que pagam menos aos programadores, mas como podem ver na tabela abaixo [Tabela 1], outros países, como a Noruega, Dinamarca e Estados Unidos, pagam quase o dobro aos seus desenvolvedores.
Por que será que tantos indianos estão trabalhando remotamente? Vale a pena investir em uma posição remota em Portugal? Veja a tabela abaixo e comente sua opinião abaixo:
Tabela 1. Salário médio bruto anual pago aos desenvolvedores nível sênior em diferentes países
É claro que estes salários variam conforme os anos de experiência, demandas da empresa, nível do programador (ex. senior/junior), projeto a ser desenvolvido, linguagem utilizada, além de outros fatores que irei comentar nos próximos posts. Os valores brutos presentes nesta tabela equivalem ao salário médio de um desenvolvedor nível sênior.
Obs. Note que os valores foram convertidos em dólar para esta lista.
Outra informação interessante é que recentemente o Canadá está adotando uma estratégia de contratação de brasileiros de forma presencial, no entanto, é essencial falar Francês, ao menos para trabalhar na região de Quebec (não apenas inglês). Para mais informações veja o site oficial do Governo Canadense. Um ponto positivo para quem busca morar no país é o fato de oferecerem visto de trabalho para você e seu companheiro, além de um salário competitivo e uma excelente qualidade de vida (apesar do frio).
Outro ponto que achei relevante refletir aqui:
Por que será que, em média, PHP, R, SQL pagam menos do que JAVASCRIPT? Um aspecto (mas não uma regra) é que as linguagens mais comuns (mais utilizadas pelos desenvolvedores) podem ser desvalorizadas com o tempo [Fig. 2]. Portanto, uma dica é que vale a pena investir em linguagens com uma barreira de entrada maior, como o C++ (principalmente se você quer ganhar em euro na Alemanha ou Áustria). É claro que após uma entrevista (geralmente em inglês) estas empresas enviam um teste de algoritmo para ser desenvolvido, marcam uma sessão de live-coding, ou até mesmo um projeto a ser executado (que pode variar de poucas horas até uma semana para ser desenvolvido). Vale ressaltar que as empresas estrangeiras são extremamente detalhistas, assim, qualquer código incorreto pode levar à reprovação.
Nos próximos posts desta série, abordarei especificamente o processo seletivos das empresas estrangeiras.
Um ponto positivo é que muitas das empresas europeias não exigem o idioma local, como Alemão, mas exigem o inglês fluente. Outro ponto positivo (além do salário) é o fato destas empresas promoverem um ambiente de trabalho interativo, cursos de alemão, entre outros benefícios aos desenvolvedores.
Fig 2. Salário médio bruto anual pago aos desenvolvedores de acordo com as linguagens de programação utilizadas (valores convertidos em dólar)
Trouxe também os salários médios anual por especialização escolhida, vale a pena dar uma olhada [Fig. 3]:
Fig 3 Salário médio anual bruto dos desenvolvedores sênior de acordo com a especialização escolhida
Mesmo para os desenvolvedores com anos de experiência nacional, sugiro estabelecer pequenas metas alcançáveis a curto prazo antes de tentar conquistar um grande cargo na empresa desejada. Por exemplo, começar como um estagiário em uma empresa alinhada com seu propósito, e, posteriormente, evoluir para algo maior é válido e recomendado. Um benefício é que algumas empresas oferecem equipamento para trabalho remoto e possibilidade de aumento salarial após alguns meses. Além disso, após pouco tempo de experiência nestas empresas estrangeiras, um leque de oportunidades começam a surgir: salários maiores, trabalhos mais alinhados com seus propósitos e crescimento profissional. Por exemplo, ao invés de visar um trabalho que pague 10 mil dólares por mês (ampla possibilidade de rejeição), vise um trabalho que pague de 3 a 4 mil dólares por mês, adquira experiência, conhecimento e confiança e passe para uma próxima etapa quando estiver preparado. A grande maioria dos programadores que hoje trabalham nas empresas referência em desenvolvimento de software passaram por pequenas startups para adquirir uma experiência prévia.
3. Pre-requisitos para se tornar um desenvolvedor remoto
Ser um profissional remoto, trabalhando de casa e ainda ganhando em dólar é realmente muito atraente. Porém, tudo o que é bom não vem fácil. Ao longo da minha experiência como desenvolvedor remoto, levantei os seguintes requisitos para conquistar uma vaga remota:
- Domínio técnico das ferramentas e tecnologias: Aqui estou pressuponto que você é um profissional com um algum tempo de experiência na TI;
- Conversação intermediária em inglês: A comunicação é parte essencial de todo o trabalho, e para uma vaga remota é ainda mais importante, uma vez que as equipes estão espalhadas por todo o mundo. Conseguir entender e transmitir ideias e conceitos mesmo que a nível intermediário é fundamental para se conseguir uma vaga remota e ter sucesso ao longo do tempo. Clique aqui e veja algumas plataformas para praticar conversação em inglês:
- Conexão de internet rápida e estável: Ao longo do dia de trabalho, você fará parte de muitas reuniões, precisará apresentar o trabalho que está sendo desenvolvido e interagir com os seus colegas de trabalho;
- Um computador com uma boa configuração: Cada projeto será diferente e exigirá um conjunto de ferramentas e tecnologias específicas para rodar no seu ambiente local. Para não passar sufoco, investir em um computador com especificações mínimas é essencial. Segue a minha sugestão:
- Processador i5, i7 ou superior;
- 16gb de memória ram;
- 240gb ssd (no mínimo);
- Alguns projetos podem pedir placa gráfica dependendo do tipo de aplicação (mais raro);
- Dual-boot Windows e Linux ou MacOS, o domínio de mais de um sistema operacional te dará liberdade para configurar o seu ambiente de trabalho de forma mais simples. Em muitos projetos o Windows não é o sistema operacional mais indicado, então conhecimentos em Linux e MacOS ajudam aqui.
Primeira dica prática
O primeiro passo para conseguir uma vaga remota é ser visto internacionalmente
Para isso, atualize seu Linkedin! Em geral os recrutadores dessas empresas utilizam o Linkedin como plataforma de busca pela sua robustez e opções de filtro. Por isso, é importante que você invista um tempinho no seu perfil e faça o seguinte:
Versão em inglês: Como em geral o idioma de trabalho dos recrutadores é o inglês, eles utilizarão termos em inglês para buscar pessoas. Ao invés de desenvolvedor de sistemas, eles farão a busca como software developer ou software engineer por exemplo. Caso o seu perfil esteja em português, você já estará fora do campo de busca deles;
- Versão em inglês: Como em geral o idioma de trabalho dos recrutadores é o inglês, eles utilizarão termos em inglês para buscar pessoas. Ao invés de desenvolvedor de sistemas, eles farão a busca como software developer ou software engineer por exemplo. Caso o seu perfil esteja em português, você já estará fora do campo de busca deles;
- Especifique todas as tecnologias que foram utilizadas nas suas experiências prévias: Após encontrar o seu perfil, o recrutador buscará entender o seu histórico profissional para fazer um match com a vaga em questão. A principal seção que eles levam em conta é a Experiência profissional e é aí que você precisa vender o seu peixe. Ao falar de uma empresa no seu currículo, foque em detalhar os projetos desenvolvidos, especificando quais stacks, ferramentas e tecnologias foram utilizadas. Se possível mencione qual foi a sua principal contribuição para o projeto e desafios que foram superados;
- Recomendações e skills: Estas seções são importantes pois mostram aos recrutadores um pouco da sua relação com colegas de trabalho em empresas anteriores e também para indixação de perfil, respectivamente. Além disso, ao passar nos testes para validar os skills que você colocou no perfil, automaticamente o Linkedin passa a te enviar vagas exclusivas que tem aquele skill como pre-requisito.
Se atente aos próximos posts, onde vou dar algumas dicas de como buscar as empresas estrangeiras e qual é a estrutura do processo seletivo.
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E é isso por hoje pessoal, vejo vocês na próxima.
Forte abraço e fiquem bem.
Igor Augusto Brandão
#igorabrandaoHello, world! My name is Igor and I am a system analyst professional with degrees in Systems Analysis, Business Administration, Information Technology, a specialization of IT applied to the Legal Area, an MSc in Bioinformatics, and +10 years of experience working with systems development.