Trabalhe remotamente e ganhe em dólar com Programação – pt 2
Como bater nas portas certas?
Foi mencionado no post anterior que o início da busca de trabalhos remotos em TI começa com conexões no Linkedin (caso tenham perdido a primeira parte desta série, clique aqui para acessar a parte 1). Além disso, vocês já conhecem a respeito dos pré-requisitos básicos para se candidatar a tão esperada vaga remota no exterior (no primeiro post orientamos a criação do Linkedin em inglês e investir no detalhamento das experiências anteriores, e também fazer os testes para validar as skills do currículo).
Agora é hora de aprender a utilizar a ferramenta Jobs do Linkedin [Fig. 1]. Este é um recurso que permite buscar trabalho ou projetos utilizando um filtro de região, área de atuação, tecnologias etc. Por exemplo, trabalho na Alemanha, programador sênior, linguagem de programação Java ou até Estágio no Brasil em Javascript.
A ferramenta utiliza seus dados do Linkedin, evitando que o usuário tenha que repetir todas as suas informações novamente. Ou seja, utilize o seu perfil do Linkedin para se aplicar a diferentes Jobs. Feito isso, inicie a busca pela posição e região de interesse (a ferramenta também sugere os cargos relacionados ao do seu interesse). Caso o cargo seja interessante para você, se candidate e espere a resposta da empresa. Sendo realista, cerca de 5 a 10% das empresas irão te dar um retorno, então tente outras opções, não desista.
Fig 1. Página inicial da ferramenta Jobs do Linkedin
Um detalhe importante a se mencionar aqui são os filtros de busca [Fig. 2]. Utiliza os diversos campos para filtrar as vagas que mais lhe interessem. Por exemplo: selecione apenas vagas remotas e de países diferentes do Brasil para encontrar posições remotas no exterior.
Fig 2. Filtros de busca de Jobs do Linkedin
Após configurar o filtro de busca de seu interesse e encontrar as vagas mais relevantes, uma dica é ativar a notificação de vagas [Fig. 3]. Com esta opção você irá passar a receber emails indicando vagas no perfil escolhido diretamente no seu e-mail e automaticamente!
Fig 3. Notificação de alertas de Jobs do Linkedin
Antes de falar sobre os processos seletivos em si, seguem algumas dicas para ajudar na busca do emprego remoto dos sonhos:
Dica 1: Se atente à sua escrita em inglês e à formalidade ao falar com um recrutador no chat (nunca envie dados em português, incluindo seu currículo).
Dica 2: Utilize o Grammarly como ferramenta de correção de escrita (https://app.grammarly.com)
Dica 3: Se o seu amigo/conexão trabalha para uma certa empresa que você deseja trabalhar, não se sinta envergonhado. Peça uma recomendação a ele para colocar em seu perfil. Também peça para que o mesmo te indique na empresa.
Dica 4: A ferramenta Easy Apply permite que você submeta seu currículo cadastrado sem precisar fazer cadastro no site da empresa (diferente da ferramenta Apply Now, na qual o linkedin te redireciona para o site da empresa). Portanto, antes de selecionar “Easy Apply”, certifique que seu currículo está na versão em inglês. (Não quer dizer que a “Easy Apply” não necessitará de cadastros e entrevistas posteriores).
Dica 5: Lembre-se de ligar o Job alert [Fig. 3].
Entendendo a estrutura de um processo seletivo
Caso o primeiro contato com a empresa funcione, em geral temos o seguinte processo:
I) Entrevista geral com o RH: (general assessment) Aqui a você será avaliado pela capacidade de conversação em inglês, assim como terá a sua experiência profissional avaliada como um todo. Perguntas como:
- Quais são os projetos que você mais se orgulha na sua profissão?
- Qual o principal desafio que você já enfrentou?
- Quais suas principais contribuições neste projeto que participou?
- Atualmente, o que você visa em seu futuro profissional?
- Como você pode contribuir para alcançar este objetivo específico?
- Comente sobre projetos semelhantes que você já desenvolveu.
Responder as perguntas dos entrevistadores exigem estrutura e técnica. Acesse o link abaixo para saber como responder estas e outras perguntas e se dar bem nas entrevistas:
II) Caso o recrutador se interesse em você, a próxima fase (normalmente) é técnica e pode ter formatos diferentes, entre eles:
a. Code challenge: em geral são testes de algoritmos e estrutura de dados que são feitos em plataformas como Hackerrank e Leetcode. A pessoa é avaliada sobre a capacidade de desenvolver um raciocínio lógico e algoritmo sob pressão de tempo, trazendo a melhor solução possível. Deixar de responder alguma questão aqui, é praticamente desclassificatório. Geralmente empresas maiores como a Amazon e a Google aplicam Code challenge (e são bastante exigentes). É recomendado se preparar para os mesmos pelo menos seis meses antes. Também sugiro coletar dicas das pessoas que já realizaram estes testes. Se não passar em uma primeira tentativa, pode ser que tenha sucesso em uma segunda tentativa; no entanto, a empresa geralmente só disponibiliza um novo projeto (ou um novo teste) 6 meses a 2 anos após ter realizado pela primeira vez, portanto vale a pena pedir um feedback à empresa para melhorar nos pontos que podem ter resultado em sua desclassificação.
b. Projeto (take home): aqui os avaliadores te entregam um projeto curto, de ponta-a-ponta ou algum módulo específico para ser resolvido em alguns dias ou algumas horas. Eles irão avaliar a sua capacidade de codificar na tecnologia de interesse, além de entender como é o seu padrão de código (se usa boas práticas ou não, se comenta, formatação, etc). Também é avaliada sua maturidade em termos de arquitetura, e se você se usa bem Orientação a Objetos OOP, design patterns, atomic design, etc. Não fazer todas as features pedidas no escopo do projeto pode não ser desclassificatório, mas é bom ficar atento ao que é obrigatório e ao que é opcional.
c. Entrevista técnica: em geral é uma conversa com alguém da equipe que irá fazer perguntas que podem ser gerais (sobre projetos que você desenvolveu no passado) até perguntas técnicas e específicas, do tipo, como resolver colisões com Hashtable. Isso varia muito do entrevistador.
d. Live-coding: essa modalidade é uma das mais desafiadoras, pois aqui você precisa resolver um problema real enquanto está sendo visto pela webcam e com a sua tela do computador compartilhada. O desafio pode variar desde escrever um pseudocódigo para resolver um algoritmo simples, até mesmo criar módulos para o projeto da empresa. Essa etapa também varia muito dos avaliadores.
III) Entrevista com o cliente: Dependendo da empresa que está o contratando ( terceirizada ou não) a última etapa é quase sempre uma conversa com o cliente ou com o time do produto (isto depende da estrutura da empresa e do projeto no qual você será alocado). Ao chegar nesta etapa você já está muito próximo da almejada vaga internacional remota, mas cuidado para não se descuidar aqui, sempre esteja preparado para os piores tipos de perguntas possíveis, afinal, uma dose de preparação nunca é demais. Mostre confiança na entrevista e faça sua parte, dê o melhor de si, que tudo valerá a pena.
Segunda dica prática
Se você perdeu a primeira dica prática, clique aqui para acessá-la.
Sempre prepare perguntas para os entrevistadores sobre a empresa. Isso demonstra interesse e preparo para situações nas quais você está sendo avaliado. Se você tiver noções sobre o projeto que a empresa desenvolve, também é interessante fazer perguntas mais específicas relacionadas a este.
Fique ligado nos próximos posts, onde irei falar um pouco sobre as burocracias envolvidas em trabalhar remotamente para uma empresa estrangeira.
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E é isso por hoje pessoal, vejo vocês na próxima.
Forte abraço e fiquem bem.
Igor Augusto Brandão
#igorabrandaoHello, world! My name is Igor and I am a system analyst professional with degrees in Systems Analysis, Business Administration, Information Technology, a specialization of IT applied to the Legal Area, an MSc in Bioinformatics, and +10 years of experience working with systems development.